É Natal! Eternidade!
Tanta criança esquecida,
Por haver tanta maldade
No calendário da vida!
Não há golpe mais profundo
Que a fé triste, dolorida,
De ver por aí no mundo
Tanta criança esquecida!
Mas o homem nada sente,
Despreza a eternidade,
E tudo isto, somente
Por haver tanta maldade!
Neste orbe só resiste
Quem á torpe dá guarida,
E não há nada mais triste
No calendário da vida!
Mas venha de lá a esp’rança
Qu’inda pode haver verdade,
Já nasceu outra criança
É Natal! Eternidade!
Paulo Conde