Lançamento da Biografia do poeta Carlos Conde - Palácio do Infantado - Samora Correia
O neto do Marceneiro
Armou um certo zum-zum,
Porque o fado está primeiro
Nas noites do “numero um”!
Já que o fado é meu prazer
Numa crença de paixão
À qual me dou por inteiro,
Saí ontem só p’ra ver
Da lendária geração
O neto do Marceneiro!
Decerto não degenera
No seu porte bem castiço
Não imita mais nenhum,
Abancou e esteve à espera
Não cantou, e só por isso
Armou um certo zum-zum!
Afinal o fado é fado
E à que guardar respeito
Ao nome do Marceneiro,
Deixar o neto calado
Mais que ciúme é despeito
Porque o fado está primeiro!
O Marceneiro, com garra
Veio-se embora, não cantou
E do fado fez jejum,
Foi a cena mais bizarra
Que certa vez se passou
Nas noites do número um!
Paulo Conde
(Dedicado ao fadista e amigo Vitor Duarte (Marceneiro)