Na penumbra matizada
Por laivos de incandescência
Que morrem no castiçal,
O tanger duma balada
Vai marcando a cadência
Da cantiga nacional!
Cacho d’ouro é cave antiga
Muito embora no trajar
Não deixe de ser moderna,
Mas há sempre uma cantiga
Que teima em fazer lembrar
Os despiques na taberna!
Sob as ordens dum timão
Canteiros e lamparinas
Partilham do mesmo fado,
Essa dolente canção
Que deu brado nas esquinas
E vielas do passado!
Alta noite, madrugada,
As almas em conivência
De comunhão ancestral,
Na penumbra matizada
Por laivos de incandescência
Que morrem no castiçal!
Paulo Conde