Se algum dia amar a vida
Como a vida me odiou,
É porque sarei a ferida
Que o tempo nunca sarou!
A sorte não me prendeu
E andei por aí sem Norte,
Preso ao jugo dum plebeu
No azar e na má sorte!
Presos levo ao meu destino
Desta alma que resiste,
Os meus sonhos de menino
E a alegria de ser triste!
P’ra fugir em pensamento
Às grades da fantasia,
Quero rir em sofrimento
E padecer de alegria!
Paulo Conde