Julguei que me perdera nos teus braços
Perdida neste amor que me conduz
Das marcas indeléveis dos teus passos
Aos traços bem vincados duma cruz!
Nos teus braços eu nunca me perdi
Pois neles nem sequer me encontrei,
Somente em loucos sonhos os senti
Nos abraços que nunca te darei!
E neste amor que trilha o meu caminho
Ando triste, perdida na má sorte,
Ao sentir de fugida o teu carinho
Num sonho que teima em fugir à morte!
É tão grande a tortura p’ra te ver
Que este meu coração já nem se importa,
De tanta vez que pára de bater
Sempre que o vento faz ranger a porta!
Afinal o destino dos teus passos
Passa noutra morada, noutra rua,
Em sonhos vou morrendo nos teus braços
Na vida vou sonhando que sou tua!
Paulo Conde, SPA 2002
Estou na feira de vaidades
Onde a morte tem morada
E a vida cá não mora,
Vim só pra matar saudades
Da saudade enterrada
Num cemitério outrora!
Jamais quero fazer parte
Dum assombro de tristeza
Por onde a vaidade impera,
Nem ser cumplice da arte
Dos mausoléus, da riqueza
Que a multidão venera!
Quando der os meus finados
Ser cremado é quanto baste
Para me expandir no ar,
Não quero restos sepultados
P'ra que ninguém se desgaste
Quando de mim se lembrar!
Não é por sina ou por sorte
Que um jazigo é apanágio
De uma alma protegida,
Cemitérios são p'rá morte,
E p'ra não dar mau presságio
Eu só entro lá com vida!
Paulo Conde - SPA
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